Apresentação
A vida no Pantanal, a maior planície alagável do mundo, é regida
pelo ciclo das chuvas. A fauna nativa já está adaptada à dança das
águas nas cheias, quando a água toma conta de tudo, mas o gado
introduzido pelo homem, para ser preservado, tem que ser conduzido
para as partes mais altas. Na seca, a água volta aos leitos dos rios
e lagoas, deixando florir e verdejar uma flora exuberante e farta.
Esse sobe e desce das águas faz surgir diversos vazantes e lagoas,
chamadas de baías, onde quem domina é o jacaré. Livres das inundações
estão as salinas pantaneiras - lagoas azuis e verdes de água salobra
isoladas nas colinas. Elas ainda são um mistério para geólogos e
arqueólogos.
A arara azul, já quase extinta, ainda voa aos bandos. Garças,
colhereiros e tuiuiús reúnem-se em numerosas famílias barulhentas.
As onças, ainda encontradas nas matas ao longo dos rios, já não são
mais tão odiadas pelos fazendeiros que se acostumaram a deixar mais
protegidos os bezerros. Os diversos rios da região estão repletos de
peixes, atraindo pescadores de toda parte.
Nas manhãs cheias do alarido dos pássaros voando rente à água dos
rios, quando o sol desponta por entre flores coloridas e matas
verdejantes, parece que a luz nasce do fundo dos rios e lagoas,
emaranha-se pelas copas das árvores e se espalha pela imensidão das
águas que inundam o Pantanal, tornando a paisagem ainda mais fantástica.