Fonte:
infotur.com.br
A origem do município, foi uma aldeia de índios denominada "Mayrahú", fundada em 1705 pelos frades capuchinhos italianos.
A tribo indígena existente, chamava-se "Mayra". Não se sabe a época do seu desaparecimento e nem a que ramo pertencia.
Por ordem da Coroa, o bandeirante João Gonçalves da Costa, construiu uma estrada denominada "Estrada da Nação". O movimento por essa estrada, concorreu para o contrabando do "Quinto de Ouro", o que deu origem à criação do povoado dos Funis, local onde a estrada bifurcava em direção à Camamú e a vila de Barra do Rio de Contas, hoje cidade de Itacaré.
Para dificultar o contrabando que passava pela estrada que dava no sertão da fazenda Ressaca, foi edificada nesse local, a cidade de Vitória da Conquista.
Assim, Mayrahú teve o seu "Registro de Impostos", forçado pelas necessidades de arrecadação do "Quinto da Coroa".
O distrito de Mayrahú, foi criado em 1717, e a capela construída pelos frades, foi elevada à categoria de freguesia, com o nome de "São Sebastião de Mayrahú", pelo arcebispo D. Sebastião Monteiro da Vide, no mesmo ano.
A freguesia foi elevada à categoria de vila, por ordem do Governo Provisório que se seguiu ao de D. Antonio de Almeida Soares e Portugal, 3º Conde de Avintes, em 17 de junho de 1761, sendo instalada pelo Ouvidor-Geral da Bahia, Dr. Luiz Greire Deveras há 23 de julho do mesmo ano. Nesta mesma data, foi criada a Vila de Maraú.
Pelo Decreto-Lei nº 10724 de 30 de março de 1938, a vila foi elevada à categoria de cidade.
Nos anos de 1860 à 1864, o Reino Unido da Inglaterra, ganhou uma concorrência para a instalação de uma usina de destilação de
querosene, extraído da turfa a partir da nafta, e também, para a extração do xisto betuminoso, em Maraú. A empresa foi instalada às margens do rio Maraú.
A versão popular é de que a usina chamava-se "John Grant", mas o roceiro, encontrando dificuldades com a pronúncia,
abrasileirou para "João Branco".
Instalada a usina de João Branco, com todos os requisitos de uma grande refinaria, custou à Coroa Inglesa 600 mil libras esterlinas. A mesma, empregou cerca de 500 operários, possuía uma estrada de ferro interna, por onde rodavam duas locomotivas. Dizem que uma delas é a locomotiva nº12, que fica em frente ao DETRAN, em Ilhéus. O Ilhéus Hotel, segundo dizem, foi construído com tijolos
refratários das cinco chaminés da fábrica de João Branco.
Na referida usina, onde era destilado o
querosene, fabricavam-se velas de espermacete, sabão, ácido sulfúrico e papel encerado para adicionar alimentos e, preparavam-se para a fabricação de celulose, no grande parque industrial de Maraú.
As atividades da Companhia Internacional de Maraú, foram
paralisadas. Dizem que a usina deixou de funcionar, devido a uma greve do seu pessoal, tendo como
conseqüência, uma sucessão de crimes. A agitação atingiu tamanhas proporções, que Mister Grant, disparou um tiro em um operário, matando-o. Foi julgado por isso, mas mesmo absolvido, preferiu retirar-se da Bahia, fechando a fábrica.
Diz o escritor Maurício
Vaitsman, no seu livro "O Petróleo no Império e na República", que a verdade é outra. O fracasso foi de ordem "política e social".
Hoje, na localidade ainda chamada João Branco, encontram-se as ruínas da fábrica e os trilhos da ferrovia.
Por um paradoxo do destino, perto do local onde fora o grande Parque Industrial, foi descoberto um depósito de gesso, considerado o maior do mundo, pelo "trust" inglês do cimento Portland. Hoje, tal depósito, pertence ao grupo do cimento Mauá.